sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cem anos de Solidão... Gabriel García Márquez.

Cem Anos de Solidão,é para mim
um verdadeiro convite ao sonho,
ao um mundo mágico...
e onde se pode tirar
muitas lições para o real.

Encontrar as palavras para tentar
descrever este livro
é algo uma tarefa difícil demais
e fiquei sem palavra e com a sensação
de que tudo o que possa escrever
será pouco e inexpressivo
perante a riqueza e qualidade deste trabalho.

Mergulhar nos Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez é iniciar uma viagem apaixonante por um mundo imaginário onde a fantasia se mistura com a realidade em tramas de uma doçura, de tal forma eloquente, que ao chegar ao fim da obra é impossível não se sentir atacado por um turbilhão de sentimentos ambivalentes e um gigantesco nó na alma.

O livro conta a história dos Buendía, família Colombiana criadora da aldeia de Macondo, acompanhando-a ao longo de sete gerações recheadas de solidão, magia, amor, ódio, guerras, pragas, incestos, homicídios, sexualidade, politica, religião e tantas outras coisas que acabam por levar os seus descendentes numa viagem admirável alcançando tanto grandes feitos e glórias como grandes desilusões e fracassos.

O tema dominante em Cem Anos de Solidão é, embora várias vezes dissimulado, exatamente a solidão. Ao longo de todo livro, a manipulação temporal que o autor imprime à acção é brilhante, alternando períodos de rápida evolução com outros em que temos a sensação em que tudo estagnou deixando as personagens abandonadas e a viver esquecidas e desprovidas de qualquer poder para alterar um destino que acaba por estar patente desde as primeiras páginas do livro.

O realismo-mágico presente em cada página é um deleite para os sentidos, a forma como os elementos do fantástico são introduzidos no quotidiano tão real de cada personagem é maravilhoso.
O balanceamento entre episódios tão banais como a pobreza e as tarefas cotidianas em contraste com acontecimentos ficcionais como um padre levitante e tapetes voadores, é conseguido de uma forma singular e equilibrada de maneira a não se cair no exagero e disparate, mas suficientemente presente para exaltar a imaginação do reino mágico de cada leitor.

Temos então uma confrontação de mitos, lendas e presságios com elementos científicos e modernos feita de uma forma inteligente e comica que nos levam a questionar e refletir o nosso dia-a-dia.

É admirável a forma como o final se desenha ao longo de toda a obra e se apresenta de uma forma tão evidente mas ao mesmo tempo tão disfarçada.
O trato das personagens, a sua caracterização, o mundo imaginário vivido por cada uma, o seu percurso de vida são fontes de uma riqueza incaracterizável que poucos conseguirão produzir.

Não me vou prolongar com a caracterização da história pois receio estragar e desvendar todos os seus segredos, poderia falar sobre os nomes das personagens, das semelhanças dos seus estilos de vida e do seu significado mas será algo que deixo para o leitor descobrir e analisar. Deixo também um conselho que penso ser precioso; tente elaborar desde o início uma árvore genealógica dos Buendía pois as coisas poder-se-ão tornar um pouco confusas com o decorrer da história.

Um dos detalhes mais assombrosos sobre a criação de Cem Anos de Solidão é o fato de que toda a inspiração dele provém de Aracataca, cidade onde Gabo (apelido seu de criança) nasceu e viveu somente até os oito anos de idade.

Naquela época, Gabriel cresceu com o mundo assombrado de dona Tranquilina, sua avó, que não fazia muita distinção entre os vivos e mortos, e “referia-se a coisas fantásticas como ordinários acontecimentos cotidianos”.

SOBRE O AUTOR

Gabriel José Garcia Márquez, a quem os amigos chamam de Gabo, nasceu às 9 horas da manhã do dia 6 de março de 1928 na aldeia de Aracataca na Colômbia, não muito distante de Barranquilla. Seu pai, homem de onze filhos, tinha uma pequena farmácia homeopática, e seu avô materno era um veterano da Guerra dos Mil Dias, cujas histórias encantavam o menino. Costumavam levar o neto ao circo; às vezes se detinha na rua, como se sentisse uma pontada, e com um sussurro, inclinando-se para ele, dizia: "Ay, no sabes cuánto pesa um muerto!" - referindo-se a um homem que matara. Gabo tinha 8 anos quando esse avô morreu: "desde então não me aconteceu nada de interessante."

A família deixou então Aracataca (a macondo de seus livros) devido à crise da plantação bananeira, e Gabriel estudou em Barranquilla e no Liceu Nacional de Zipaquirá. Iniciou o curso de Direito em Bogotá entre 1947 e 1948, e nessa época publicou seu primeiro conto. Trabalhou como jornalista em Cartagena, Barranquilla e depois em El Espectador de Bogotá, onde fez grandes reportagens e críticas de cinema. Em 1955 ganhou um concurso nacional de contos e foi enviado especial do jornal à Conferência dos Quatro Grandes, em Genebra; estudou no Centro Experimental de Cinema de Roma e fez uma viagem de três meses aos paises socialistas, radicando-se depois em Paris. Em 1956 voltou à Colômbia para casar-se com Mercedes Barcha: tem dois filhos: Rodrigo e Gonzalo. Mais tarde trabalhou como jornalista em Caracas e em 1960 foi para New York como representante da Prensa Latina, agência cubana, nas Nações Unidas, indo em seguida para o México, onde viveu seis anos escrevendo roteiros para cinema.

Como influências que considera importante, Garcia Márquez indica as seguintes: Virgínia Woolf, Faulkner, Kafka e Hemingway, do ponto de vista técnico. Do ponto de vista literário, As Mil e Uma Noites, que foi o primeiro livro que leu aos 7 anos, Sófocles e seus avós maternos.

(Biografia extraída do romance Cem anos de Solidão.)

CITAÇÕES DO POETA

- Te amo não por quem tu és, se não por quem sou quando estou contigo.

-Nenhuma pessoa merece tuas lágrimas, e quem as mereça não te farão chorar.

- Só porque alguém não te ama como tu desejas, não significa que não te ame com todo seu ser.

- Um verdadeiro amigo é quem te pega da mão e te toca o coração.

- A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca o poderás ter.

- Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estejas triste porque nunca sabes quem poderá enamorar-se de teu sorriso.

- Podes ser somente uma pessoa para o mundo, mas para alguma pessoa tu és o mundo.

- Não passes o tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo.

- Quem sabe Deus queira que conheças muita gente enganada antes de que conheças à pessoa adequada, para que quando no fim a conheças , saibas estar agradecido.

- Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.

- Sempre haverá gente que te machuque, assim, o que tens de fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso com em quem confias duas vezes.

- Converte-te em uma melhor pessoa e assegura-te de saber quem és antes de conhecer mais alguém e esperar que essa pessoa saiba quem és.

- Não te esforces tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperas.

AGORA É COM CADA UM... LER OU RELER, EIS A QUESTÃO!

10 comentários:

  1. Falar de solidão...quantas existem na nossa vida...Neste volume de Gabo... fala-se da solidão da mãe. Do homem que enlouquece com sabedoria. Do viajante. Da adolescente molestada pela mágoa. Do poder. Da prostituta. Da empregada. De quem está morrendo aos poucos. Daquele que viu sozinho um extermínio de centenas de pessoas. O livro dá várias peles para o sentimento mais intrínseco no ser:
    A SOLIDÃO... Que diria que nada mais é que a ausência de si.

    Obrigatório, quem ainda não leu, está na hora...quem já como eu, está na hora de reler...

    Assusta pelas 350 páginas... mas vale desde a primeira...

    Boa leitura aí gente!

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  2. E ele é um charme à parte. Adorei amiga Zininha.
    Beijos.

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  3. Boa dica, vou providenciar.

    Obrigada pela sua visita, volte mais vezes.

    Fim de semana de luz.

    beijooo.

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  4. Olá Zininha. Esse livro simplesmente vale apena ler. Eu li e como você gostei muito.
    Alguns afirmam que é necessário fazer a leitura do livro com um caderninho do lado para traçar a árvore genealógica da família Buendia e entender melhor a história, pois os nomes dos personagens se repetem bastante ou são bem parecidos entre si, se você não tem uma boa memória essa dica do caderninho é uma alternativa bem plausível. O livro é bem longo, mas o seu magnífico final faz valer a pena toda a leitura.
    Beijinhos...

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  5. Já li este livro e gostei muito,me identifiquei com uma personagem.Li também "A menina que roubava livros" e chorei,a guerra é cruel!
    Anotando "O apanhador no campo de centeio".
    Bjos!

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  6. Eu também já li este livro e gostei muito, achei triste...
    A sensibilidade dele é muito grande, ao ler e reler as citações fiquei sorvendo a beleza da sopa alquimica de letrinhas poderosas.
    Muito bom.
    Realmente Zizinha é para ler, reler..
    Beijos no seu coração

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  7. Zininha. Que delícia recordar um pouco deste maravilhoso livro, que aliás, li há muuuuiiiiito tempo atrás. Você conseguiu expressá-lo com propriedade. Beijos.

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  8. Ótima resenha, Zininha! Aliás todas estão claras e nos leva até o final. Parabéns, não é muito fácil ser objetiva.

    meu carinho
    tais luso

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  9. Zininha,
    entro na tua Casa ...
    aliás três "construções" sólidas e belíssimas, aqui neste post.
    Tua descrição de livro, esta análise entremeando tua análise com a ótica do autor... foi absolutamente perfeita!
    Um trabalho de Mestre (Zininha) para e sobre um Mestre( Garcia Marquez). Este livro é precioso, uma jóia!
    E como escreves bem, muito sensível, inteligente és!
    Interessante, quando mergulhamos nestas tramas- realidades e fantasias- nos damos conta do caminhar da humanidade. Lições de História da vida de um homem, e do sistema político-social-econômico de um povo - memórias dos tempos.
    Obrigada por me fazer recordar...
    E um prazer imenso estar junto de ti!
    beijos n'alma

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  10. Também gostei MUITO deste livro.

    E ainda hoje uso a expressão "Abram alas, vacas, que a vida é curta!"

    Beijos!

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As flores...certamente
é a forma que Deus arranjou
de se mostrar a todo instante
em qualquer lugar
a todos os seres do Universo...